terça-feira, 6 de setembro de 2011

Trabalhar em casa fascina cada vez mais profissionais... mas, cuidado!

PRÓS E CONTRAS 

        Apesar de mais cômodo e barato, o homme office traz desafios.

        O custo de manter um escritório ultrapassou suas possibilidades? Que tal reaproveitar melhor o espaço de que dispõe em sua própria residência e improvisar seu local de trabalho em um dos cômodos da casa? Assim tem agido muitos profissionais. Afinal, manter uma infra-estrutura comercial, pagando aluguel e condomínio, não está nada fácil.

        Remodelando espaços ociosos ou mobilizando a família para abrir mão de um cantinho que possa abrigar seus equipamentos e “apetrechos” de trabalho, profissionais estão produzindo ou prestando serviços sem sair de casa. Pense nas economias: além da exclusão de gastos com salas comerciais, não há custo de alimentação em restaurantes, roupas, transportes e horas perdidas no trânsito.

        Sem falar na tão sonhada flexibilidade de horário. Se está cansado ou não consegue render o quanto gostaria, não há quem o impeça de dar uma pausa para um cineminha, uma caminhada na orla... E, energia recuperada, de volta ao trabalho!

        Discernimento

        Em contrapartida, se não houver a adoção de uma clara separação entre as responsabilidades profissionais e as domésticas, você pode acabar sufocando sua própria vida privada. Aquele tempo a mais de que dispunha para uma “paradinha estratégica” pode ser atropelada pro sobrecargas de trabalho, caso não consiga programar adequadamente o deu dia.

        Não há outro jeito: tudo na vida exige disciplina e alguns limites, mesmo que não tão rígidos. A consultora autônoma Maria Inês Felippe conhece bem essa experiência. Há sete anos, ela transformou um cômodo da sua residência em um escritório. No início – como quase todos os profissionais que adotam essa alternativa – cometeu vários deslizes. Ela conta que o sofá era um dos seus piores inimigos, além dos docinhos recém-saídos do forno e a geladeira. Os telefonemas pessoas também atrapalhavam o andamento das atividades profissionais.

        Aos poucos, no entanto, Maria Inês começou a estabelecer limites. “Forçosamente, fui administrando os horários e objetivos e hoje não troco essa opção por nada. Quando não estou em condições de produzir, vou descansar, dou uma volta. Não sou tão rígida em termos de horário, mas tenho objetivos claros e cumpro os prazos estipulados pelos clientes”, ensina.

        Ritmo

        Um dos grandes desafios é justamente estabelecer um ritmo de produção. A flexibilidade de horários pode ser uma grande vantagem, mas se o profissional não se determina a cumprir os compromissos no tempo solicitado pelos clientes pode comprometer sua produtividade ou acabar por invadir seu horário de privacidade.

        Há várias formas para facilitar a adaptação ao novo ambiente de trabalho. Algumas pessoas recorrem até à estética, cuidando da produção visual (roupas, sapatos, cabelos...) como se fossem sair de casa. “Para quem está iniciando pode ser interessante esse ritual, mas eu nunca precisei adotar esse comportamento. Acho uma delícia poder trabalhar vestida de moletom”, conta Maria Inês.
Texto publicado no Jornal “A Tarde” – Salvador, domingo, 30/9/2001 (Responsável Daniela Silva)


Maria Inês Felippe: Palestrante, Psicóloga, Especialista em Adm. de Recursos Humanos e Mestre em Desenvolvimento do Potencial Criativo pela Universidade de Educação de Santiago de Compostela - Espanha. Palestrante e consultora em Recursos Humanos, Desenvolvimento Gerencial e de equipes, Avaliação de Potencial e competências. Treinamentos de Criatividade e Inovação nos Negócios. Palestrante em Congressos Nacionais e Internacionais de Criatividade e Inovação e Comportamento Humano nas empresas. Vice Presidente de Criatividade e Inovação da APARH.

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