terça-feira, 6 de setembro de 2011

Estão de olho na sua idéia

 O aumento da concorrência entre as empresas provoca a valorização de características pessoais até recentemente pouco exigidas dos profissionais que é a capacidade de criar, inovar e a inventar.
 Quem nunca ouviu falar que hoje não basta somente conhecimento técnico é também preciso, entre outros, trabalhar em equipe, flexibilidade, participação efetiva na busca de resultados, agindo criativamente e inovando processos e métodos organizacionais.
Até agora o que você leu não há nada de novidade, mas cabe uma informação sobre o processo criativo. Ele poderá iniciar individualmente, mas para acontece é preciso, em alguns casos, um batalhão de pessoas para que essa idéia realmente seja colocada em prática, cada qual utilizando do seu lado do cérebro predominante. Algumas criando , utilizando do lado direito do cérebro, outras fazendo acontecer, utilizando o lado esquerdo do cérebro . Com os hemisférios bem controlados é que uma idéia é colocada em ação. Tenho sempre reforçado nos grupos de treinamento em criatividade que uma idéia sem ação é pura ilusão, porém todos nós sabemos que envolve uma série de etapas entre a germinação da idéia até a sua implementação e avaliação da mesma, mas temos que ter cuidado alguém poderá estar de olho na sua idéia.

         Sabemos também que o processo de interação grupal não é tão fácil, pois exige transformações comportamentais e que por muitas vezes vão contradizer sua cultura, educação familiar, social, sua personalidade, seus modelos mentais. Temos que tomar cuidado pois o brasileiro é competitivo e que algumas empresas estimulam esta característica.

No que diz respeito à criatividade coletiva, torna-se ainda mais difícil, pois é muito comum escutar nos treinamentos: “ Aqui na empresa as coisas funcionam assim , quando nós damos uma sugestão, ou criamos algo sabe o que acontece? As pessoas se apoderam e depois utilizam da mesma como se fossem delas, é isso mesmo que acontece há pessoas que tomam emprestada a sua idéia, apoderam-se, transformam e lançam como se fosse delas ( tom de desabafo e risos paralelos).

Obviamente que este cenário não é favorável, por mais que saibamos que uma idéia não nasce perfeita e que exige transformação, mas desconsiderar o criador é cortar o processo criativo pela raiz além, de ser desestimulador é anti ético.

Algumas sugestões para as empresas incentivarem a criatividade e não recaírem no mesmo erro.
É fundamental a criação de incentivos a programas de treinamento que tenham como tema: motivação, liderança, times de trabalho, gestão participativa, tomada de decisões, empowerment, criatividade e inovação, soluções criativas de problemas, etc.

Para incentivo da criatividade é fundamental que todos da cadeia criativa sejam reconhecidos, mesmo que a idéia tenha sito transformada, embelezada não devemos esquecer de quem acendeu a primeira chama , aquele que deu a idéia inicial.Cabe ressaltar que a criatividade não nasce perfeita e que sempre requer melhorias, mas surgiu de uma necessidade e que alguém detectou e começou o processo criativo, lembre-se disso.

Diminuir a competitividade interna, incentivando através de bonificações idéias individuais e coletivas, tanto as sugeridas quanto às colocadas em praticas e medidas resultados. Reforço: Cuidado brasileiro é competitivo e está acostumado a trabalhar individualmente, mesmo expressando o oposto.
Estimule a diversidade, ela é favorável a criatividade, incentive e reconheça as características pessoais, pois no processo criativo todos são importantes, pois há muitos cérebros em funcionamento tanto aqueles que utilizam o direito quanto aqueles que utilizam o esquerdo.

Sugestões para você, pessoa física, que sente-se lesada por terem surrupiado a sua idéia.

Por mais que as pessoas possam demonstrar parceiras, amigas, infelizmente temos que ter cuidado, tem muita gente funcionando como radar, só captando mensagens, opiniões etc. e na hora da festa não reconhece o real criador, ou alega “coincidência cósmica”.

Registre a sua idéia em empresas de marcar e patentes.

Ao encaminhar projetos para análise, busca de parcerias, adeptos a idéia, documente-se guardando cópias e envolva outras também pessoas no processo, divulgando o lançamento da sua idéia, por mais que possa parecer simples.

         Uma experiência interessante

         Outro dia estava conversando com o presidente de uma empresa, que estava me contratando para desenvolver a competência criatividade e inovação nos seus funcionários, me contou como se procedeu o processo criativo de um dos seus produtos.
         Ele, um engenheiro, se reunia com algumas pessoas para compartilhar a sua idéia as 3 hs da manhã, no sábado, no seu sítio e todos assinaram um documento de confidencialidade. Depois de vários encontros, meses de trabalho, testados o equipamento ele registrou o produto e somente depois de tudo oficializado ele avisou a sua família. Parece uma certa loucura, mas há momentos que sinto que devemos ter todo este cuidado. Hoje ele tem um produto totalmente inovador e líder de mercado.

Nos programas de criatividade estamos constantemente reforçando os princípios da criatividade coletiva a partir do auto desenvolvimento, despertando o desejo por relações pessoais saudáveis o que os levará à formação de suas identidades organizacionais e pessoais, favorecendo efetivamente a inovação, mas cada vez estou reforçando os cuidados na hora da venda de idéias e do compromisso das pessoas envolvidas.

Outro dia escutei a seguinte o seguinte argumento: É difícil identificar o que é original, pois tudo é transformado, agregado e modificado, é difícil saber ou perceber quem colocou a primeira pedra na obra.
       
Será que é bem assim? Será que não podemos perceber quem foi aquele que começou a construção, quem identificou oportunidade, necessidade e teve o primeiro insigth e foi buscar adepto a idéia para que seja colocada em prática. Ou há pessoas se escondendo diante desta pseudo dificuldade ou do conceito de que uma idéia não nasce perfeita.

Tenham certeza de que se continuarmos achando que é difícil identificar o criador, cada vez mais teremos pessoas retraídas diante do processo criativo.
       
Falar em criatividade empresarial é falar na busca de resultados, saídas para o desenvolvimento de produtos, processos, partindo do princípio da dialética que é pensar com a cabeça da lua, mas com os pés no chão, e entre o inicio e o fim da criação envolve muitas pessoas, mas também devemos mudar os modelos mentais que permeiam toda a organização e o mercado.
       
Portanto atrás de uma histórias de sucesso são encontrados profissionais inventivos, superando obstáculos e que não são poucos, mas saibam vale a pena criar, inovar, só basta tomar cuidado, pois a sua idéia vale ouro.

Maria Inês Felippe: Palestrante, Psicóloga, Especialista em Adm. de Recursos Humanos e Mestre em Desenvolvimento do Potencial Criativo pela Universidade de Educação de Santiago de Compostela - Espanha. Palestrante e consultora em Recursos Humanos, Desenvolvimento Gerencial e de equipes, Avaliação de Potencial e competências. Treinamentos de Criatividade e Inovação nos Negócios. Palestrante em Congressos Nacionais e Internacionais de Criatividade e Inovação e Comportamento Humano nas empresas. Vice Presidente de Criatividade e Inovação da APARH.


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